Aliança Nacional LGBTI+ chama a atenção para direitos da comunidade Trans; Brasil lidera ranking de país que mais mata pessoas trans no mundo
No mês em que se comemora a Visibilidade Trans, a Aliança Nacional LGBTI+ realizará em Montes Claros, entre os dias 23 e 29 de janeiro, a “Semana da Visibilidade Trans”.
Uma das finalidades da semana que terá uma vasta programação – entre seminários, rodas de conversa, debates, atividades sociais, culturais e pedagógicas – evidenciar à sociedade montesclarense, a existência dos corpos trans e travestis e suas necessidades por direito, saúde e educação.
A abertura da Semana Trans ocorrerá, dia 23, na Praça Doutor Carlos Versiani, com seminário das 13h às 17h, e contará com a presença do Coordenador Municipal da Aliança Welington Coimbra, professor Marcelo Brito, Letícia Alkimin, Luiz Martins e apresentação cultural.
No dia 24/01, acontecerá à entrega de kits de higiene pessoal para pessoas LGBTI+ em situação de privação de liberdade em Montes Claros; no dia 25, a programação continua com uma roda de conversa com os colaboradores da Secretaria de Desenvolvimento Social.
Na quarta-feira, 26/01, a organização da Semana Trans realizará a averbação de prenome e gênero de seis pessoas trans atendidas pelo “Transidentidade”, sendo uma delas em Francisco Sá no cartório de Montes Claros.
Dia 27, a programação continua com a campanha “#RespeiteMeuNomeSocial” que prevê atividades em órgãos públicos de Montes Claros; no dia 28 será realizada uma exposição do projeto Transeuntes, com exibição de documentário no Montes Claros Shopping Center.
E a programação terminará dia 29/01, com o almoço Transidentidade e homenagens para as pessoas trans assistidas pelo projeto.
“Todas essas ações são para evidenciar as realidades das pessoas trans e travestis, bem como evidenciar que essas pessoas existem e merecem respeito à vida e aos direitos”, destaca Letícia Imperatriz, Coordenadora-Adjunta Estadual da Aliança Nacional LGBTI+ em Minas Gerais e Coordenadora do Projeto Transidentidade.
(*) Pelo 14º ano, Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo
O ranking anual da Transgender Europe (TGEU) coloca o Brasil, pelo 14º ano, no topo mundial como o país que mais mata pessoas trans. Essa liderança corresponde 29% de todas as mortes sofridas por travestis e transexuais. Dos 327 casos registrados pela organização, 96 aconteceram no Brasil.
No dia 29 de janeiro de 2004, mulheres transexuais, homens trans e travestis foram a Brasília lançar a campanha “Travesti e Respeito” para promover a cidadania e o respeito entre as pessoas e que mostrasse a relevância de suas ações no Congresso Nacional (GOMES, 2020), e assim a data ficou reconhecida como o “Dia da Visibilidade Trans” e que a cada ano, organizações do Brasil inteiro buscam realizar atividades de valorização e respeito para toda essa comunidade, completamente marginalizada.
Ainda de acordo com os dados da pesquisa coletados pela TGEU, entre 1º de outubro de 2021 e 30 de setembro de 2022, a faixa etária das vítimas está entre os 31 e 40 anos. Porém, no Brasil, foram registradas quatro das cinco mortes contra adolescentes de 15 a 18 anos. A outra ocorreu nos Estados Unidos. País que está em terceiro lugar no ranking com 51 assassinatos. México, com 56 registros, aparece na vice-liderança.
“A vida de uma pessoa trans é constituída de inúmeras violações de direitos, que vão desde o desrespeito ao nome social até a falta de acesso a direitos básicos como o acesso a atendimentos de saúde, a educação e a segurança pública. Todas essas ausências demonstram a preocupação ou a falta dela com esse público marginalizado e violentado por vários lados, inclusive pelo poder público. Entendendo a importância da data e a necessidade de se pensar nos direitos de toda a comunidade Trans de Montes Claros e Norte de Minas”, finalizou Letícia Imperatriz.
Sobre a Aliança LGBTI+
A Aliança Nacional LGBTI+ é uma organização da sociedade civil, pluripartidária e sem fins lucrativos. Em 2016, deu início à organização do seu trabalho de promoção e defesa dos direitos humanos e cidadania, em especial da comunidade LGBTI+, nos estados brasileiros através de parcerias com pessoas físicas e jurídicas.
Pautados por este trabalho, a Aliança Nacional LGBTI+ vem buscando, ante o cenário complexo em que vivemos, promover a cidadania da comunidade LGBTI+ em situação de vulnerabilidade social através de programas de inclusão realizados junto às empresas e instituições comprometidas com as políticas públicas de promoção da justiça e da igualdade social.
(*) Com informações do site Terra: https://tinyurl.com/rx324ske