Doença de Parkinson: Na semana de conscientização, neurocirurgia explica cirurgia de estimulação cerebral profunda
Texto e fotos: Divulgação/Ascom HDG
Na semana de conscientização da Doença de Parkinson, que segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) atinge aproximadamente 1% da população mundial, com idade superior a 65 anos e mais de 200 mil brasileiros, o neurocirurgião Gustavo Veloso Lages explica que se trata de uma doença neurodegenerativa que até a década de 1990, era combatida somente com o tratamento farmacológico.
Entretanto, com os avanços dos estudos e das novas técnicas dentro da medicina, hoje é possível realizar a cirurgia de estimulação cerebral profunda para o tratamento do distúrbio do movimento. Ela, inclusive, está disponível para pacientes no Hospital Dílson de Quadros Godinho (HDG).
“Há paciente que busca, através dessa cirurgia de estimulação cerebral profunda, o controle de um tremor, o controle de uma rigidez, controle da falta de movimento, de um equilíbrio. Depende muito dos sintomas apresentados por cada um. Durante o procedimento em que o paciente está acordado, sob efeito de anestesia local, para responder aos pedidos do neurocirurgião, é introduzido um eletrodo para modular, através de estímulos elétricos, uma região cerebral específica”, explica o médico Gustavo Veloso Lages.
O neurocirurgião também ressalta que atuando em Montes Claros há 10 anos, o que percebe é que essa técnica é pouco conhecida e divulgada entre a população e que poderia ajudar a mais pessoas parkinsonianas que sofrem com a doença em todo o norte de Minas.
“O que eu busco é uma propagação maior da informação sobre o Parkinson, seus sintomas, tratamentos, incluindo a cirurgia. Estamos em uma região referenciada com 2 milhões de pessoas e pelo menos 1% dessas pessoas acima de 60 anos são parkinsonianos. Não podemos permitir que essas pessoas padeçam e sofram com sintomas passíveis de controle. É preciso que a população saiba que existe um procedimento e ele está disponível”, ressalta o médico.
A cirurgia de estimulação cerebral profunda (conhecida como deep brain stimulation ou DBS em inglês), é um dos tratamentos invasivos mais eficientes para o Parkinson.
A doença neurológica afeta os movimentos da pessoa, sendo caracterizada basicamente por tremor de repouso, tremor nas extremidades, instabilidade postural, rigidez de articulações e lentidão nos movimentos. Há também outros sintomas não motores, como a diminuição do olfato, distúrbios do sono, alteração do ritmo intestinal e depressão.
A doença de Parkinson não tem cura, mas é possível melhorar a qualidade de vida do paciente, quando descoberta a tempo e ajudar na melhora com essa cirurgia de estimulação cerebral profunda.
“Hábitos de vida saudável são primordiais para a prevenção de qualquer doença neurodegenerativa. Mas, quando já instaladas, a evolução vai ocorrer independente do que façamos. Porém, é possível ofertar uma melhora do quadro clínico com a ajuda de remédios e da cirurgia de estimulação cerebral profunda”, finaliza o neurocirurgião.