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HDG realiza procedimentos inéditos na região pelo SUS em Montes Claros

HDG realiza procedimentos inéditos na região pelo SUS em Montes Claros

O Hospital Dilson Godinho (HDG) realizará, nos dias 13 e 14 de dezembro, o Mutirão de Cirurgias dos Filantrópicos, iniciativa executada com a equipe especializada já atuante na Instituição. A ação ocorre após habilitação especial concedida pelo Ministério da Saúde, via Programa Agora tem Especialistas (PATE), integrando os procedimentos ao Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros.

Ao longo do mutirão, 60 cirurgias estão previstas, abrangendo diferentes especialidades. Entre elas, quatro procedimentos se destacam pelo caráter pioneiro e inédito pelo SUS: três implantações de Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI) e uma implantação de CDI com ressincronizador. Até então, esses procedimentos só eram realizados de forma particular ou por convênios de saúde suplementar.

O CDI é indicado para pacientes com doenças cardíacas graves e risco de morte súbita. O dispositivo monitora continuamente o ritmo cardíaco e atua revertendo arritmias potencialmente fatais, reduzindo a mortalidade e proporcionando maior segurança e qualidade de vida.

Embora tenha funcionamento semelhante ao marcapasso, o CDI possui tecnologias muito mais sofisticadas. Seu custo pode variar entre R$ 40 mil e R$ 60 mil, devido às funcionalidades avançadas e às especificidades para implantação.

Para o diretor-presidente do HDG, Dr. Helder Leone Alves de Carvalho, a habilitação representa um marco para a assistência especializada do Norte de Minas.

“Com o PATE, dentro do Mutirão de Cirurgias dos Filantrópicos, o HDG recebeu uma habilitação especial do Ministério da Saúde para realizar esses procedimentos. É um avanço significativo para Montes Claros e toda a região. Até então, os pacientes precisavam se deslocar para outros centros para a implantação do cardioversor, enfrentando longas esperas, maior risco clínico e grandes deslocamentos”, destaca Leone.

O cirurgião cardiovascular Dr. Oscar William Bomfim, que integra a equipe responsável pelos procedimentos, detalha a complexidade da técnica:

“Trata-se de uma cirurgia de alta complexidade, ainda sem liberação habitual para realização pelo SUS em nossa região, devido ao grau técnico e ao valor envolvido. O dispositivo, semelhante ao marcapasso em alguns aspectos, possui funções exclusivas, como a capacidade de realizar cardioversão interna. Quando o paciente apresenta uma arritmia grave, o CDI emite um choque capaz de reverter o quadro e prevenir um possível óbito”, explica Bomfim.

Sobre o CDI com ressincronizador, o cirurgião cardiovascular acrescenta:

“Além da cardioversão quando identifica ritmos perigosos, o ressincronizador ajusta a sincronia entre as câmaras do coração, garantindo um batimento mais eficiente e adequado”, completa.

Já o cirurgião cardiovascular Dr. André Santiago reforça a relevância do avanço para o Norte de Minas, região com alta incidência de doenças cardíacas, especialmente decorrentes da doença de Chagas e de enfermidades isquêmicas.

“A possibilidade de implantar esse tipo de dispositivo pelo SUS aqui no HDG, permite oferecer assistência mais rápida e adequada. Evita o deslocamento para Belo Horizonte ou outros centros e reduz riscos adicionais ao paciente. É um ganho expressivo em termos de segurança, agilidade e qualidade de vida, considerando que lidamos com pacientes complexos e de alto risco”, afirma.

O Hospital Dilson Godinho reafirma, com essa iniciativa, seu compromisso com a ampliação do acesso à alta complexidade, o investimento contínuo em qualificação profissional e a oferta de cuidado especializado para toda a população norte-mineira.


Oscar Bomfim e André Santiago