Parceiro histórico, HUCF participa do “5º Mamaço” e chama atenção para a assistência materno-infantil
Combater a desnutrição infantil, fortalecer os laços entre mãe e filho, possibilitar a criação de bancos de leite para crianças que não podem ser amamentadas por suas mães. Estes são alguns dos objetivos da Semana Mundial da Amamentação, que começa oficialmente nesta quinta-feira, data em que se comemora o Dia Mundial da Amamentação. O evento prossegue até o sete de agosto e neste ano trem como tema “Empoderar Mães e Pais, favorecer a Amamentação. Hoje e para o Futuro!”.
E para reforçar a importância da amamentação, o grupo “Mães Amigas de MOC”, que existe há mais de sete anos a partir de uma mobilização em redes sociais e que atualmente conta com oito mil mulheres participantes, realiza a 5ª edição do “Mamaço”. Será neste sábado (3/8), na Praça Doutor Carlos Versiani, de 9 às 12 horas, com segunda edição no dia 10, no Montes Claros Shopping Center, de 16 às 18 horas.
A Maternidade Maria Barbosa, do Hospital Universitário Clemente Faria (HUCF), vinculado à Unimontes, apoia e participará dos dois eventos.
Letícia Novato, advogada e mãe do pequeno Davi, de cinco anos, criou a página na rede social. Ela explica que passou por dificuldades na amamentação do seu filho, mas teve suporte de uma enfermeira particular. Porém, ressaltou que nem todas as mães têm essas condições. “Foi daí que surgiu a ideia de realizar o “Mamaço” em Montes Claros, pois ele já existia em outras cidades. Procuramos parceiros como o Hospital Universitário Clemente de Faria que prontamente se dispôs em nos ajudar nesta ampla conscientização”, explica.
A organizadora ressaltou que o evento vai muito além de simplesmente levar mulheres para amamentar em público. “Fundamental a participação dos hospitais, pois o “Mamaço” não existiria sem eles que exercem o saber nas orientações para as lactantes e gestantes. Muitos profissionais abraçam a causa e não fazem apenas por trabalho, mas por amor. Pois, durante o evento, serão feitos cadastro de doadoras de leites, tiraremos dúvidas e orientaremos gestantes sobre a amamentação”.
E completa: “o que podemos perceber é que a união feminina facilita muito o dia a dia das mães, experiências vividas e convivências com os filhos na maternidade. Saber que não está sozinha neste momento é muito fundamental. Daí a importância da participação também dos companheiros neste processo de amamentar. Os pais precisam entender que o fato de não amamentarem, não tira deles a responsabilidade de incentivar e ajudar as companheiras neste momento. É um momento que envolve todos os familiares próximos, e não apenas a mãe”, frisou.
MATERNIDADE HUCF
A Maternidade Maria Barbosa, do HUCF/Unimontes, vem desenvolvendo um amplo trabalho que propõe a contínua melhoria da qualidade e humanização da assistência materno-infantil.
Neste processo, o HUCF apresenta práticas inovadoras que resultam em respostas efetivas para concretizar a humanização, a qualidade da assistência e a redução dos índices de morbimortalidade materno-infantil, além da sistematização e comprovação científica da experiência ora em curso.
Como resultado desse esforço, o Hospital conseguiu os títulos de “Amigo da Criança” (2000), “Maternidade Segura” (2001), “Menção Honrosa do Galba de Araújo” (2004), “Credencial Gestante de Risco” (2005), Prêmio “Galba de Araújo” (2006) e vem se tornando referência na humanização da assistência ao parto e nascimento no Brasil.
A equipe da Maternidade é multidisciplinar, com médicos (ginecologistas, pediatras, anestesistas), residentes em ginecologia e obstetrícia, enfermeiros, enfermeiros obstetras, técnicos em enfermagem,
psicólogos, socióloga, técnicos administrativos, coordenação administrativa e os estagiários de enfermagem, serviço social e ciências sociais. A unidade conta com 30 leitos divididos entre Alojamento Conjunto (mãe, filho e acompanhante), Enfermaria Canguru (Hotelzinho) e Auto Risco da Gestante.
A média de partos na maternidade é de 170 por mês. Durante todo o ano de 2018, foram realizados 1.336 partos no HUCF. Neste ano, já foram registrados 1.021 partos. No mesmo período do ano passado foram 734 partos. Um crescimento de 39,1% no comparativo. Mas este fator pode ser explicado pela reforma da maternidade que levou mais de 10 meses para ser concluída, o que interferiu em sua capacidade total durante este período.
Theresa Raquel Martinez, socióloga do HUCF, explica que o “Mamaço” – bem como o grupo “Mães Amigas de MOC” – tem papel importante na ajuda e no relacionamento social entre as lactantes e a sociedade, pois necessitam de cuidados diários. “As dificuldades que as mães enfrentam devem ser debatidas e enfrentadas com o compartilhamento de informações que ajudam essas mulheres nos desafios diários da maternidade, que ajudam no bem-estar das crianças e em seu desenvolvimento psicomotor e social, além de evitar futuros problemas na saúde dos filhos, pois a amamentação é um elo muito forte e deve ser incentivado sempre”, destacou.
Semana Mundial de Aleitamento Materno
Desde sua criação em 1948 que a Organização Mundial de Saúde (OMS) tem entre suas finalidades incentivar o aleitamento materno e garantir melhor assistência às mães e aos bebês. A OMS através da Aliança Mundial de Ação pró-Amamentação (WABA) criou no ano de 1992, a Semana Mundial de Aleitamento Materno, para promover as metas da “Declaração de Innocenti” que é celebrada por mais de 120 países, que se unem para relembrar a importância da lactação em ações voltadas à saúde da criança, tendo grande preocupação com a mortalidade infantil.
Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que somente 40% das crianças têm amamentação exclusiva nos seis primeiros meses de vida e o leite materno é um alimento completo, capaz de oferecer todos os nutrientes necessários ao desenvolvimento do recém-nascido e de forma complementar até os dois anos de idade.
Pesquisas mostram que a amamentação também é um dos grandes aliados na redução da mortalidade infantil. Além dos laços afetivos com a mãe, a amamentação é a forma de a criança receber cálcio, fósforo e ferro, além de outros nutrientes importantes para que tenha um crescimento saudável. Ainda garante a boa formação óssea, que vai do nascimento até os trinta e cinco anos de idade.
É necessária uma ação organizada para atingir a meta da Assembleia Mundial da Saúde (AMS) de pelo menos 50% de amamentação exclusiva durante os 6 meses até 2025.
Aumentar a amamentação ideal de acordo com as recomendações poderia evitar mais de 823.000 mortes de crianças e 20.000 óbitos maternos a cada ano, segundo informações do IBFAN (Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar – International Baby Food Action Network) formada por mais de 270 grupos de ativistas espalhados por mais de 160 países e que atua há mais de 30 anos para a melhoria da nutrição e saúde infantis.